Enquanto caminhavam, viram um homem que arava uma grande porção de terra e acharam muito estranho, não conseguindo entender porque ele destruía assim a campina.
Na seqüência, observaram que o homem colocava sementes nos sulcos que fizera.
Um dos irmãos achou que o campo era um local de loucos, pois jogava fora trigo bom. Por isso, voltou à cidade.
O outro irmão, contudo, observou que poucas semanas depois, os pés de trigo começaram a brotar. O campo era um imenso tapete verder.
Escreveu para o irmão da cidade a fim de que ele viesse verificar, com seus próprios olhos, a maravilha.
Ele veio e realmente se maravilhou. Mas, passados alguns dias, o verde dos brotos foi dando lugar ao dourado.
Então ambos entenderam o trabalho do semeador.
Depressa o trigo amadureceu. O semeador trouxe a foice e começou a ceifar.
O irmão que havia retornado à cidade não conseguia acreditar no que via:
O homem parece doido, dizia. Trabalhou o verão todo e agora destrói, com suas próprias mãos, a beleza do trigal maduro.
E voltou para a cidade, fugindo do campo.
O outro tinha mais paciência. Ficou e seguiu o fazendeiro. Assistiu a colheita, viuo levar o trigo para o celeiro.
Observou como ele retirou o joio do trigo e o cuidado com o armazenamento.
Sua admiração foi ainda maior ao se dar conta de como um saco de trigo semeado se transformara na colheita de todo um trigal. Só então compreendeu a razão por detrás de cada ato do semeador.
Muitos de nós somos como o irmão impaciente da lenda. Não aguardamos o tempo nem os resultados e julgamos Deus pelas aparências. Pelo imediatismo.
Do plano terreno, que se assemelha a um vale muito grande, não conseguimos ter a visão ampliada da totalidade, nem constatar a sabedoria do plano divino.
Deus tudo realiza com justiça,
misericórdia e amor.
Cabenos cultivar a paciência e buscar a montanha da meditação, da instropecção, para lhe descobrir a grandeza.

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